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 Quando o Budismo torna-se o obstáculo à meditação

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Mensagem Quando o Budismo torna-se o obstáculo à meditação EmptyQui 24 Out 2013 - 12:21

Quando o Budismo torna-se o obstáculo à meditação
Buda dispôs várias ferramentas para auxiliar em nossas práticas, como ensinamentos teóricos e meios de vida social. Entretanto, se nos apegamos a essas coisas e não somos capazes de soltá-las no momento da meditação, nunca realizaremos o objetivo proposto por essas práticas: o total desapego.
Sabe-se que o próprio Buda aconselhava que seus discípulos fossem tanto bons praticantes como bons oradores, isto é, eles deveriam saber colocar a doutrina em prática, mas também a compartilhá-la com os outros em palavras - não que isso significasse, necessariamente, que eles deveriam falar demais. Isso porque é através dos ensinamentos verbais que temos uma orientação de como dirigir nossas mentes da maneira apropriada. Além disso, deveriam saber as várias regras do Vinaya e a viverem em comunidade, o que implicava, ainda, uma certa convivência em sociedade e até mesmo alguns eventuais afazeres. Isso também era importante para a manutenção e divulgação da doutrina, assim como para a sobrevivência dos contemplativos. O problema é que quando há o apego ao estudo ou à vida social, podemos sentir dificuldade em abandonar preocupações relacionadas a isso no momento da meditação, de tal maneira que não somos capazes de observar a mente além do que nós achamos que ela é. Dessa maneira, o que foi criado como estratégia de prática e manutenção da doutrina, se torna um obstáculo para seu aspecto prático, especialmente no que se refere à prática meditativa que implica no abandono e desapego temporário das preocupações relacionadas a isso.
No que diz respeito ao estudo, não é difícil encontrar entre os budistas ocidentais pessoas que estudam demais, praticam 'demenos', visto que no ocidente estamos envolvidos por uma mentalidade do acúmulo não só de riqueza, mas também de conhecimento. Nisso, pode haver muita decoreba de suttas e prática, mas nenhum entendimento empírico do seu significado. Tais praticantes acabam decorando as receitas de vários pratos sem saberem como cozinhar. Isso culmina em muitas pessoas eruditas no Budismo, explicando-o com palavras maravilhosas e citações esplêndidas, mas que não sentiram, na prática, sobre o que o Buda estava falando. São pessoas que falam do sabor incomparável de uma bebida sem nunca a terem tomado.
O problema é que esse apego, apontado pelo Buda como a causa de todo sofrimento, pode nos induzir a ficar refletindo durante a meditação. Eu mesmo estudei demais o Budismo quando comecei a conhece-lo. Como não conhecia pessoas experientes nessa religião, eu busquei milhares de fontes para estar certo de que eu estava entendo a doutrina, visto que muitas fontes não estão corretas ou ainda porque eu vinha a mal interpretar muitas palavras. Isso me trouxe muitas dificuldades na meditação, porque em vez de praticar o desapego, "aquietamento", relaxamento, Samadhi, eu ficava envolvido com minhas reflexões: "Oh! Era sobre isso que o Ajahn estava falando!"; "Realmente, eu e a raiva somos coisas diferentes."; "Tudo isso é muito impermanente.". Claro que há momentos em que nos dedicamos a contemplação, que são aqueles instantes em que sentamos calmamente e, de forma voluntária, pensamos sobre aspectos da prática com uma mente calma e até meditativa. O problema é que eu fazia apenas isso! As reflexões são parte do caminho, mas não são o caminho inteiro.
Uma abordagem de Ajahn Brahmavamso facilita esse entendimento. Ele sempre ressalta que devemos fazer contemplações ao sair do estado meditativo. Assim, podemos observar os fenômenos mentais e corporais com uma mente meditativa, mas também podemos ir além dos pensamentos para sentirmos os fenômenos de maneira penetrante. Esses dois aspectos devem andar juntos na prática: contemplação e meditação, reflexão e além-da-reflexão. Para aqueles que se apegam muito aos seus estudos sobre os Suttas e texto, pode ser difícil encontrar essa harmonia, mas ela é necessária.
Chega a ser engraçado que eu era até relutante em abandonar essas contemplações para me concentrar nos fenômenos em si sem rotulá-los. São nesses momentos que temos de perceber como nossas mentes estão tolamente se apegando ao seus desejos. Meditação é justamente Desapegar, abandonar um amontoado de coisas para experienciar os fenômenos mentais de maneira mais aguçada, mas se não fizermos esse abandono dos pensamentos discursivos, dos sentimentos negativos e de nossos apegos, como poderemos analisar a mente? E ainda, como poderemos entender o que estudamos? Mesmo que alcancemos um certo entendimento, se ele ainda não nos libertou do Samsara, então ainda não foi profundo e verdadeiro, ainda há mais a se entender! E esse "mais" não será encontrado nos livros, mas na experiência pura da meditação. Da mesma maneira, você só saberá o que é nadar, se entrar na água. Não adianta você possuir um entendimento e até sensação supérfluos sobre o que é isso baseado em livros, se você não vivenciar a pura experienciar de estar debaixo d'água.
A questão é que queremos carregar a teoria para a meditação. Parece que temos medo de que fiquemos perdidos sem o mapa, mas na meditação é necessário abandonar o mapa. Você primeiro estuda o mapa e então segue a direção apontada por ele. Os obstáculos encontrados deverão ser desafiados de acordo com o que você se lembra do mapa, que é um conselho muito simples: desapegue-se. Porém, se você se desapegar de tudo mas ainda estiver segurando o mapa, você ainda estará carregando um obstáculo. Desapegue-se disso e vá para onde o mapa apontou sem ele. Quando você sair da meditação, você poderá voltar, dar uma olhada no mapa de novo e vê-lo com novos olhos.
No que diz respeito as nossas preocupações em vida em sociedade também é muito importante. É normal termos afazeres, termos que pensar em como terminar aquele projeto, ou pagar aquelas dívidas. Só que precisamos desenvolver a capacidade de suspender essas preocupações no momento da meditação. Parece que temos medo de entrar na meditação e abandonar essas preocupações como se não fôssemos conseguir resolvê-las ao desapegar delas por um tempo. Às vezes há algo que você só poderá resolver depois, mas ainda assim você quer pensar naquilo sendo que não existe possibilidade de resolvê-lo agora.
Esse Fórum mesmo já foi um obstáculo para mim, quero dizer, eu mesmo já fiz desse Fórum um obstáculo para mim. Já me peguei na meditação pensando em como poderia traduzir uma ideia, ou o que estavam achando do visual do site, ou o que poderiam interpretar da forma como eu escrevia, o que, o que, e mais vários "o ques"! Eu resolvo isso quando eu me sentar diante do computador ou quando eu tiver tempo para pensar, mas agora eu estou no tempo de sentar e me desapegar.
Mesmo os monges enfrentam seus afazeres na meditação. Às vezes alguns estão preocupados com o que vão dizer em sua palestra do Dhamma, outros querem pensar sobre o que os leigos acham deles, e ficam se envolvendo em reflexões que muitas vezes não trazem resolução alguma. A convivência com os leigos é uma parte da prática budista, mas ainda assim a transformamos no obstáculo da própria prática!
E por que fazemos isso? Porque agregamos isso ao nosso "querido amigo" chamado Eu. É o que os leigos pensam de mim, o que o pessoal do Fórum acha do que eu escrevo, o que meus colegas de trabalho vão falar sobre meu trabalho, o que meu filho dirá se eu fracassar na organização daquela viagem... Todas essas preocupações passam do limite saudável porque estamos preocupados com esse Eu. O limite saudável consiste justamente em perceber que tudo isso não é o Eu, são coisas que utilizamos para vivermos em sociedade, e não coisas que devemos carregar em todos os instantes, inclusive no momento de meditar. Quando for o momento de resolver algo, pegue aquilo e analise. Pegue, mas não apegue! Se há algo que você fará daqui a alguns dias e você precisa de um planejamento, pegue isso, planeje, pense no que será melhor, e quando o planejamento já estiver feito, ou o tempo reservado a ele tiver acabado, largue, desapegue. Às vezes estou em alguma atividade simples do dia a dia, como lavar a louça, e eu começo a pensar "Preciso postar algo no Fórum. O que posso postar? Tenho de traduzir aquele texto. Tenho de fazer algo, o Fórum está parado!", e às vezes eu preciso pensar em algo a fazer mesmo, mas geralmente isso passa do limite. Às vezes até a cobiça impregna a mente, pensando nos elogios e boa reputação que ela poderá receber por ter escrito um belo texto do Dhamma como este que estou escrevendo, e para quê? Para se apegar a um elogio pouco duradouro? Mesmo escrever um texto do Dhamma pode se tornar um obstáculo! Então, eu sempre busco diferenciar quando é um momento interessante para planejar algo para colocar aqui, e quando isso não é necessário. "Eu já resolvi que vou traduzir esse agora. É melhor traduzir esse outro? Não? Ótimo. Vou traduzir com o intuito de trazer benefício aos outros, não de buscar elogios e coisas efêmeras. Se assim está bem resolvido, não há nada mais que se preocupar.", refreando a mente pela primeira vez, podemos permitir que ela silencie sozinha se ela continuar insistindo nisso.
Ajahn Brahmavamso retratou maravilhosamente bem como os monges, diante do apego a seus próprios afazeres, devem usar a reflexão da impermanência e da morte para serem capazes de pegar as coisas e larga-las no momento adequado, em vez de andarem apegados a elas todo o tempo. Veja:
[Ajahn Brahmavamso para os monges de Bodhinyana]: Fazer a reflexão sobre a morte repetidas vezes, permite que você abra mão de um monte de buscas inúteis em sua vida.
Mesmo aqueles de vocês que são monges sêniores neste monastério, o que vocês realmente querem realizar? Vocês podem morrer nesta noite. O que é importante para vocês? É terminar aquela carta, ou é meditar e realizar um jhana. Você pode ter apenas uma semana ou duas, quem sabe? O que é realmente importante para você? Pouco antes da sua morte, você quer olhar para trás e poder dizer: "Eu usei essa vida adequadamente? Pelo menos realizei um jhana, (ou ainda melhor) realizei um caminho ou fruto supramundano." Então, você pode morrer tranquilo, porque você usou esta vida da forma como ela deveria ser usada. Você aproveitou as suas oportunidades. Então, seja diligente. Conheça o caminho e saiba o que funciona!
Faça aquele esforço, que é abrir mão. Lembre-se, "isto não é meu". O corpo não é meu. Este monastério não é meu. Minhas cartas não são minhas. Minha família não é minha. Meu passado, minha história, não são meus, e nem mesmo o futuro é meu. Você não possui nada neste mundo. A morte ensina o quão pouco você realmente possui. O corpo pertence à natureza. O passado pertence à fantasia. O futuro pertence à estupidez. Você não possui nada. Todos os seus pensamentos pertencem aos seus condicionamentos. Você não possui nada, nada, nada. Meus mantos apenas pertencem à terra. Todas as minhas posses em minha cabana pertencem à terra também. Tudo o que é meu, um dia, irá para o lixão. E será incinerado. - (retirado de Eu sei, mas eu não sei: Contemplação da Morte - acessoaoinsight)
Às vezes podemos até ficar assustados ao ler isso, mas se abrirmos nossas mentes e contemplarmos isso com carinho, como poderemos conquistar isso? Eu sempre gosto de destacar o trecho em que Ajahn Brahm diz que inclusive nossos pensamentos não são nossos, mas resultados dos nossos condicionamentos, e isso na verdade é uma verdade tão importante, porque muitos de nós nos apegamos inclusive aos nossos pensamentos. Às vezes temos uma ideia genial, ou sempre estamos com pensamentos de boa vontade para os outros, e ficamos nos vangloriando o quão maravilhosos somos! Podemos ser grandes administradores, famosos por sermos inovadores e criativos, e ao encontrarmos uma pessoa simples que não teve acesso aos mesmos tipos de condicionamentos que nós (sejam da faculdade ou da vida, que nos proporcionaram tal conhecimento inovador), acabamos ignorando a sabedoria dessa pessoa! Por isso que mesmo entre os Iluminados há diferenças na forma de se expressar, porque cada um passou por uma vida diferente, mas todos eles têm uma coisa maravilhosa em comum: são capazes de pegar, sem apegar. Então, se alguém disser que você deu uma ideia muito idiota numa reunião, não fique nervoso por isso, não foi "você" quem deu a ideia, foi resultado dos seus condicionamentos! Ria disso e, se possível, que aquele que te ofendeu te ajude a se condicionar de uma maneira mais inteligente. Se víssemos as coisas dessa forma, não seria mais fácil ajudarmos uns aos outros em vez de ficarmos competindo, especialmente no mundo administrativo?
O próprio Buda foi um grande administrador, tendo criado a Sangha Monástica. Grandes monges considerados Iluminados trabalharam, construíram monastérios ou fizeram viagens internacionais a fim de propagarem o Dhamma, e mesmo assim eram capazes de arrumar um tempo para sentarem e mergulharem no desapego total. Isso porque aprenderam a pegar seus afazeres, a realiza-los e, no momento apropriado, a larga-los totalmente sem qualquer temor ou receio.
Da mesma forma, precisamos pegar essas coisas e usá-las para vivermos em sociedade, mas temos de entender que todas essas coisas que usamos são impermanentes. Mesmo o prazer proveniente da meditação é impermanente! Este é outro caso em que o próprio Budismo torna-se um obstáculo a meditação: quando nos apegamos ao prazer da meditação budista. A meditação é algo a ser usado para enxergar a realidade. Pegue, mas não apegue!
O dinheiro é usado para fazermos trocas comerciais, mas não se apegue a ele. Onde há ganho, há perda. Se você ganhou dinheiro, está sujeito a perde-lo, não é necessário se desesperar porque isso aconteceu. Uma vez sujeitos ao nascimento, estamos sujeitos a morte. Compreendendo a impermanência de todas essas coisas, devemos pegá-las apenas para usá-las, e devemos aprender a ser capazes de larga-las definitivamente quando formos mergulhar na experiência presente para compreendermos nossas mentes.
Portanto, peguem os suttas, peguem seu dinheiro, peguem seu nome, peguem sua identidade, sua casa, seus afazeres, sua profissão, e use-os com sabedoria! O próprio Budismo deve ser pego, mas sem ser vítima de apego, porque mesmo sua teoria ou os afazeres provenientes dessa doutrina podem se tornar um estorvo. Mas, se aprendermos a arte do desapego aos poucos, e tivermos a coragem de abandonar nossos afazeres para mergulhar na meditação, aprenderemos a usar todas as coisas sem sermos aprisionados por elas. E uma coisa incrível que percebemos aos poucos é que somos muito mais eficientes com nossos afazeres quando somos capazes de soltá-los de vez em quando, em vez de tentar resolvê-los infinitamente. Assim eu pego esse Fórum, uso esse Fórum para benefício de todos nós, mas só o pego quando é necessário em vez de ficar apegado a ele o tempo todo.
No final das contas, a vida, a morte, nossos pertences e o próprio Budismo não são, de fato, obstáculos à meditação. É somente quando temos a ideia de um Eu agregado a essas coisas que elas se transformam em problemas. Que as abandonemos por um tempo e penetremos esse conceito. Assim, vamos ver que a vida é simplesmente a vida, a morte é simplesmente a morte, esse Fórum é simplesmente o Fórum, o Budismo é simplesmente o Budismo. O Budismo nos ensina a nos desapegarmos do próprio Budismo. Pegue o Budismo, use o Budismo, mas não apegue-se ao Budismo.
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