Olá a todos.
Venho praticando (ou tentando praticar) o dharma há algum (pouco) tempo, mas sem possibilidade de me juntar a uma sangha. Por esse motivo, julgo, por vezes fico um pouco desorientada. 
Seguir o Caminho do meio deve ser das coisas mais difíceis a que já me propus, mesmo que em teoria pareça mais fácil. Com tanta informação disponível, alguma até contraditória, facilmente acabamos por cair no extremismo na tentativa de corrigir um hábito seu oposto. 
Espero neste fórum conseguir alguns esclarecimentos que me ajudem à pratica correcta.

Olá Ally, seja bem-vinda ao Fórum Sangha Online! 
Caminho do Meio me parece uma incógnita às vezes também... E precisamos tomar cuidado com as armadilhas que nossa mente pensante nos prega... Às vezes um grande monge que admiramos aconselha um discípulo a ir mais para a direita, outro ir mais para a esquerda, e não entendemos porque os conselhos são tão contrários. A verdade é que a cada momento pendemos mais para um lado (Cobiça, Desejo Sensual) do que para o outro (Aversão, Má Vontade), e para cada caso uma técnica ou outra é mais aconselhável.
Mas a base para avaliarmos se estamos seguindo o caminho do meio é sempre a Intenção. Desde que eu tomei esse fator como base para me reorientar, muitas confusões minhas se reduziram. A questão passou a ser: qual a intenção do que estou fazendo? E a partir disso vamos aprendendo que esse Dhamma é sobre a intenção de abrir mão, de dar sem esperar nada em troca, de simplesmente ser generoso porque reconhecemos, aos poucos, que não é possível encontrar a plena felicidade por meio de Tanha, Desejo. E claro, quando Buddha falava que Desejo (Tanha), é a causa do sofrimento, por Tanha ele se referia a 3 tipos de desejo: Desejo Sensual (pelas coisas desse mundo), Desejo por ser existir e Desejo por não-ser existir. Aos poucos, podemos reconhecer a alegria que há em deixar que qualquer um desses 3 tipos de desejos que surgirem passem por si mesmos ao passo que nos dedicamos a apenas fazer coisas que tragam um benefício a esse mundo antes de que possamos deixá-lo de bom grado. Nos esforçamos em nossos afazeres mundanos por generosidade e, quando encontramos um tempo, nos sentamos e deixamos que tudo isso silencie gradualmente para a mente descansar de todas essas agitações. E então tornamos a fazer coisas, sempre por generosidade apenas, e não porque queremos isso ou aquilo. Tudo isso baseados na Intenção, que é o segundo fator do Nobre Caminho Óctuplo