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 Quatro nobres verdades

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Mente Purificada

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Mensagem Quatro nobres verdades EmptyQui 9 Out 2014 - 9:21

Alguns ensinamentos sobre as Quatro Nobres Verdades:

O primeiro ensinamento que o Buda deu foi para os seus cinco amigos. Esse ensinamento, chamado de pôr em movimento a roda de Dharma que consiste nas Quatro Nobres Verdades e no Nobre Caminho Óctuplo. Em seu primeiro ensinamento, o Buda falou sobre as Quatro Nobres Verdades. Trata-se do mal-estar, o caminho que leva ao mal-estar, bem-estar e o caminho que leva ao bem-estar. A Quarta Nobre Verdade, o caminho que conduz ao bem-estar, é chamado de Nobre Caminho Óctuplo. Se olharmos profundamente o suficiente, veremos que estas quatro verdades contém tudo o que precisamos saber sobre a natureza do ser humano e da natureza do mundo que nos rodeia. Se virmos a verdadeira natureza das Quatro Nobres Verdades, veremos a verdadeira natureza do cosmos. Thich Nhat Hanh

Pouco após a sua Iluminação, o Buda ( "O Iluminado") proferiu o seu primeiro discurso definindo a estrutura básica sobre a qual se baseariam todos os seus ensinamentos seguintes. Essa estrutura básica são as Quatro Nobres Verdades, quatro princípios fundamentais da natureza (Dhamma) que emergiram da avaliação honesta e profunda que o Buda fez da condição humana e que servem para definir toda a abrangência da prática Budista. Essas verdades não são afirmações de fé. São na verdade categorias nas quais podemos enquadrar nossa experiência de tal forma a criar condições para a Iluminação:

Dukkha: sofrimento, insatisfação, descontentamento, estresse;
A causa de dukkha: a causa dessa insatisfação é o desejo (tanha) pela sensualidade, pelo ser/existir e por não ser/existir;
A cessação de dukkha: o abandono desse desejo;
O caminho que leva à cessação de dukkha: o Nobre Caminho Óctuplo – entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta e concentração correta.

Para cada uma dessas Nobres Verdades o Buda identificou uma tarefa específica que o praticante deve realizar: a primeira Nobre Verdade deve ser compreendida; a segunda deve ser abandonada; a terceira deve ser realizada; a quarta deve ser desenvolvida. A realização completa da terceira Nobre Verdade abre o caminho para a penetração de Nibbana (Sânscrito: Nirvana), a liberdade transcendente que é o objetivo máximo dos ensinamentos do Buda.

A última das Nobre Verdades – O Nobre Caminho Óctuplo – contém a prescrição de como aliviar nossa insatisfação e alcançar a eventual libertação, de uma vez por todas, desse ciclo de vida e morte (samsara) doloroso e desgastante ao qual – pela própria ignorância (avijja) das Quatro Nobres Verdades – estamos presos por tempos incontáveis. O Nobre Caminho Óctuplo oferece um guia prático e completo para o desenvolvimento mental de qualidades e habilidades benéficas que devem ser cultivadas se o praticante desejar alcançar o objetivo final, a liberdade e felicidade supremas, Nibbana. acessoaoinsight.net

“Portanto, bhikkhus, um esforço deve ser feito para compreender: ‘Isto é sofrimento.’ Um esforço deve ser feito para compreender: ‘Esta é a origem do sofrimento.’ Um esforço deve ser feito para compreender: ‘Esta é a cessação do sofrimento.’ Um esforço deve ser feito para compreender: ‘Este é o caminho que conduz à cessação do sofrimento.’” Samyutta Nikaya LVI.33

A PRIMEIRA NOBRE VERDADE 

A Nobre Verdade de Dukkha (Dukkha ariya sacca): " Agora Bhikkhus, esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que se deseja é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento. Buda, SN LVI.11. acessoaoinsight.net

Ao ensinar a primeira nobre verdade, Buda identificou quatro características da existência, a primeira das quais é a impermanência. A impermanência é compreendida em função da natureza transiente da vida, isto é, a inevitabilidade da morte. Também é possível meditar sobre a impermanência em função de sua transitoriedade, ou seja, a natureza da realidade dinâmica e em constante mudança. Uma profunda compreensão dessa sutil impermanência conduz à compreensão da natureza do sofrimento ou insatisfação que, por sua vez, leva a compreensão da ausência do "eu". Dalai Lama

Em l976 fui ao golfo de Sião para ajudar as pessoas que estavam em barcos à deriva no mar. Alugamos três navios para resgatá-las e conduzi-las a um porto seguro. Havia setecentas pessoas em nossos navios à deriva no mar, quando as autoridades de Cingapura me deram ordens de deixar o país e abandonar os refugiados. A primeira das Verdades Nobres, ensinada por Buda, é a presença do sofrimento. A consciência do sofrimento gera a compaixão, e a compaixão gera a vontade de praticar o Caminho. Quando voltei à França, após a tentativa de ajudar as pessoas dos barcos, a vida aqui me pareceu estranha. Há pouco eu vi refugiados sendo espoliados, violentados e mortos no mar, enquanto em Paris as lojas estavam cheias de toda espécie de produtos e as pessoas bebiam café e vinho sob luzes de néon. Parecia um sonho. Como era possível tamanha disparidade? Consciente do profundo sofrimento no mundo, jurei não viver superficialmente. Thich Nhat Hanh

A SEGUNDA NOBRE VERDADE 

A Nobre Verdade da Origem de Dukkha (Dukkha samudaya ariya sacca) :  “Agora, bhikkhus, esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir." Buda, Samyutta Nikaya LVI.11 - Dhammacakkapavattana Sutta - Colocando a roda do Dhamma em movimento. acessoaoinsight.net

Um dos primeiros obstáculos à clareza mental é a luxúria, cobiça. Esse é o tipo de problema que surge por focarmos nos aspectos desejáveis das coisas, você se obceca em desejar algo. Focar nos aspectos desejáveis, esperando, ansiando prazeres – isso é chamado luxúria. Uma mente cheia de luxúria é uma que não desenvolveu a faculdade da discriminação muito bem. A pessoa está tão obcecada com as qualidades agradáveis de algo ou alguém, que ela só quer obtê-lo. Ela anseia, antecipa, planeja, trama ou fantasia sobre aquilo. Mantemos a mente ocupada, temos que criar tudo isso. Se você parar de pensar, o desejo não surge, desaparecerá. Enquanto você continuar a pensar naquilo, é claro, a luxúria vai continuar sendo um problema para você. Ajahn Sumedho



***


Uma coisa que você sempre pode ter certeza é que há sofrimento em nós e no mundo. O Buda construiu seu ensinamento e prática com base nessa verdade. Apenas compreender e aceitar esta verdade pode nos trazer algum alívio. O nosso mal-estar, o nosso sofrimento, não é exatamente culpa nossa. É o resultado de muitas causas e condições, tanto coletivas como individuais, tais como percepções erradas, confusão e emoções fortes.

Quando aceitamos a Primeira Nobre Verdade (há mal-estar), podemos praticar duas coisas. Primeiro, podemos reconhecer o sofrimento real em nós e ao nosso redor. Em segundo lugar, podemos aprender a lidar com o sofrimento que reconhecemos. Reconhecer o sofrimento não significa que vamos ter que ver tudo como sofrimento ou que seja suficiente ver intelectualmente que existe sofrimento. Identificar o sofrimento como é significa que nós não fugimos dele e que vamos tomar medidas para sermos capazes de transformá-lo. Para transformar o sofrimento, temos de olhar profundamente para ele e encontrar suas raízes. Se há tensão no corpo, podemos identificá-la e descobrir as suas raízes a fim de aliviá-la. Se soubermos que o estresse vem do fato de que trabalhamos muito duro, por exemplo, e estamos muito distraídos para viver no momento presente, podemos encontrar uma maneira de trazer tranquilidade e descanso para o nosso dia.

Se, ao contrário, ignoramos o nosso estresse, e acharmos que apenas trabalhando mais poderemos cuidar de tudo, então a cada vez adicionamos mais estresse em nosso corpo. Se continuarmos assim, ficaremos doentes. Se começarmos a ser gentis conosco mesmos, dando-nos tempo para voltar a nós mesmos no momento presente, poderemos começar a nos curar. Quando olhamos para a Primeira Nobre Verdade, a Segunda Nobre Verdade aparece.

A Segunda Nobre Verdade indica as causas do nosso mal-estar. Quando olhamos para o mal-estar profundamente, podemos ver como ele se desenvolveu. A Segunda Nobre Verdade ilumina o caminho que nos tem levado ao sofrimento. Uma das causas mais profundas do nosso sofrimento é a nossa insistência em ver a realidade de uma maneira dualista e o nosso apego às nossas crenças.

Ética é a capacidade de distinguir entre o certo e o errado. Muitas vezes ficamos presos nas nossas crenças sobre o que é certo e errado. Ficamos presos em visões erradas e perdemos o nosso caminho. Nós podemos pensar, por exemplo, "Essa pessoa quer nos matar. Se não a matarmos primeiro, ele certamente vai nos matar. Então temos que encontrar uma maneira de matá-la antes." Mas esse tipo de pensamento pode ser inteiramente baseado em suspeita, medo e percepções erradas. Visões erradas levam ao pensamento errado e o pensamento errado leva à fala errada e à ação corporal errada onde trazemos violência a nós mesmos e aos outros. Com a visão errada, poderemos ter um modo errado para ganhar a nossa vida, destruindo o ambiente natural, privando os outros da oportunidade de viver ou mentindo para convencer os outros a comprar a nossa mercadoria embora saibamos que ela seja prejudicial para a saúde.

Visão errada também leva à diligência errada pela qual podemos trabalhar muito duro dia e noite pensando que isso irá nos trazer sucesso e felicidade mas não nos deixa tempo para nossas famílias e nós mesmos. Desta forma, acumulamos estresse em nossos corpos e ansiedade em nossas mentes.

Visão errada leva à atenção errada. Por exemplo, podemos gastar os nossos dias preocupados  em como ganhar mais dinheiro ou ter mais poder e fama. Nós nunca estamos presentes no aqui e agora, porque estamos sempre correndo atrás do objeto de nosso desejo. Visão errada também pode levar à concentração errada, o que significa que nos concentramos em idéias e noções que nos causam mal-estar e que pensamos nos outros como sendo completamente separados de nós.

Quando pensamos na Segunda Nobre Verdade, as causas do sofrimento, muitos de nós pensam nas causas externas e estruturas da pobreza, da doença, do desemprego, da injustiça social, da escravidão e da discriminação. Estas são as causas reais que geram enorme sofrimento. Se olharmos profundamente, veremos que este tipo de sofrimento não está separado do sofrimento individual. Mesmo se não houvesse pobreza, doença, desemprego e injustiça social, não significaria que não haveria mais estresse, preocupação, medo e violência. Ainda haveria sofrimento. Mas se nós soubéssemos como lidar com nosso estresse, preocupação, medo e raiva então a violência iria diminuir.

Temos que olhar profundamente para saber as verdadeiras raízes do nosso sofrimento. Algumas pessoas vêm da pobreza e violência e encontram o sucesso financeiro. Mas se ainda houver  preocupação, estresse e medo, elas continuarão a sofrer mesmo que sejam bem sucedidas no sentido mundano.

As nossas sociedades são organizadas de forma tal que a cada dia o estresse se torna maior. A maioria do nosso sofrimento vem por causa do estresse. Quando não há estresse podemos resolver as coisas de uma forma pacífica, sem irritação. O estresse é um elemento que pode ser encontrado onde quer que haja pobreza, medo, ansiedade, violência, famílias desestruturadas, divórcio, suicídio, guerra, conflito e poluição ambiental. O estresse também é muito ligado ao sofrimento humano no coração das pessoas, incluindo as nossas relações com os nossos antepassados, nossos descendentes e nossos entes queridos, que é um sofrimento tão grande que não é possível descrever.

O sofrimento tem muitas faces. Se descobrirmos as raízes de um sofrimento, estamos ao mesmo tempo descobrindo as raízes de outro sofrimento e vamos começar a ver que cada sofrimento tem muitas causas e não apenas uma causa raiz. Quando reconhecemos as origens de nosso sofrimento, somos capazes de transformá-lo.

A Terceira Nobre Verdade é que há um fim para o mal-estar. Isto significa que o sofrimento pode ser transformado em alegria. A Terceira Verdade é a confirmação de que o bem-estar é possível, a felicidade é possível, a paz é possível. A Terceira Nobre Verdade implica que há um caminho que leva ao bem-estar. Isso por si só é uma declaração muito significativa. Transformação e felicidade são possíveis. Não temos que ficar presos.

A Quarta Nobre Verdade é o caminho que conduz ao bem-estar, Quando olhamos para a natureza do mal-estar, começamos a ver não só o caminho que levou ao nosso sofrimento, mas também o caminho que conduz para longe dele, o caminho que leva ao bem-estar. Você só precisa olhar para uma Verdade a fim de ver todas as outras três Verdades. Na tradição budista, o caminho que conduz ao bem-estar é chamado de Nobre Caminho Óctuplo. É nobre porque nos leva à paz, compaixão, amor e felicidade. A prática do Nobre Caminho Óctuplo pode transformar mal-estar em bem-estar. Thich Nhat Hanh





***


A primeira Nobre Verdade do Budismo afirma que a vida é insatisfatória. Grande parte dessa verdade baseia-se no fato de que ninguém consegue fugir à doença, à velhice e à morte. A certeza da doença causa sofrimento, mas também nos incentiva a procurar a libertação no Dharma. Neste mundo do samsara, pode-se encontrar o benéfico no maléfico e vice-versa; tudo é mesclado. Se olharmos apenas o que é negativo, nossos olhos se encherão de escuridão e medo. Se olharmos mais para o que é positivo, contudo, gradualmente nos elevaremos, colocando-nos fora do alcance das garras da dualidade.

Hsing Yun



***



Você provavelmente ouviu o rumor de que "a vida é sofrimento" como sendo o primeiro princípio do Budismo, a primeira nobre verdade do Buda. É um rumor com boas credenciais, disseminado por acadêmicos de respeito e mestres do Dhamma, mas apesar disso é um rumor. A verdade sobre as nobres verdades é muito mais interessante. O Buda ensinou quatro verdades - não uma - a respeito da vida: existe o sofrimento, existe uma causa para o sofrimento, existe um fim para o sofrimento e existe um caminho de prática que dá um fim ao sofrimento. Essas verdades, tomadas em conjunto, estão muito longe de serem pessimistas. Elas são uma abordagem prática para solucionar um problema - a maneira como um médico encara uma enfermidade ou um mecânico, um motor defeituoso. Você identifica um problema e investiga as suas causas. Depois, então, você dá um fim ao problema eliminando as suas causas.

O que é especial na abordagem do Buda é que o problema que ele ataca é o sofrimento humano na sua totalidade, e a solução que ele oferece é algo que os seres humanos podem fazer por si mesmos. Da mesma forma como um médico que conhece a cura infalível para o sarampo não teme o sarampo, o Buda não teme nenhum aspecto do sofrimento humano. E, tendo experimentado a felicidade que é completamente não condicionada, ele não teme apontar o sofrimento e estresse inerentes em lugares que a maioria de nós não consegue ver - nos prazeres condicionados aos quais nos apegamos.

Ajaan Thanissaro



***



A Segunda nobre verdade é a causa de dukkha, que é o desejo: querer alguma coisa que não temos ou querer se livrar de alguma coisa que temos. Não há outras causas de dukkha. Se vemos dukkha dentro e não nos tornamos envolvidos por ele, mas o aceitamos como uma realidade, como parte da vida, podemos também encontrar a causa
para ele em nós mesmos. Então, podemos dizer: “Está certo, é assim que ele é.” Se podemos aceitar a primeira e a segunda Nobres Verdades, então podemos assumir que a terceira e a quarta devem ser verdadeiras também. A terceira Nobre Verdade é a realização da cessação de todo dukkha – nibbana, libertação total – e a Quarta é o Nobre Caminho Óctuplo, que leva à completa libertação. As primeiras duas verdades são fáceis de provar – nós podemos experimentá-las muitas vezes cada dia. Tudo que temos que fazer é prestar atenção.

Ayya Khema


***



O Buda nos encorajou a despertar para o modo como as coisas são, a ver a verdade das coisas. Ele nos ensinou a contemplar as Quatro Nobres Verdades, e a Primeira Nobre Verdade é que existe dukkha, insatisfação e sofrimento. Isso é parte da vida. Temos estados mentais tristes, dores no corpo, situações nas quais não obtemos aquilo que queremos, preocupação e medo, tristeza e angústia, separação das coisas e pessoas que apreciamos e amamos. Simplesmente devido a todas as dificuldades decorrentes de viver no mundo, proveniente dos assuntos do trabalho e da família, nos deparamos com situações insatisfatórias e estressantes e condições distintas que trazem para a mente uma noção de descontentamento. Todas essas experiências variadas são chamadas dukkha, sofrimento. E nisso é que precisamos aprender a ver apenas o sofrimento, como uma Nobre Verdade, que as coisas são assim.
Se tivermos fé nos ensinamentos do Buda, então teremos um método para lidar com esses problemas, o sofrimento com o qual nos deparamos. Os ensinamentos nos encorajam a praticar, tentar superar todas as tendências prejudiciais, que são alimentadas pela delusão e pelo entendimento incorreto, e que impedem o surgimento da bondade e da felicidade na nossa mente. Temos que contemplar essas tendências de modo a vê-las com clareza e abandoná-las. Porque se as seguirmos, elas sempre nos irão conduzir ao sofrimento. Se seguirmos a cobiça ela irá nos conduzir ao sofrimento. Se seguirmos a raiva ela irá nos conduzir ao sofrimento. Se seguirmos a delusão ela irá nos conduzir ao sofrimento. Sempre que seguirmos essas contaminações mentais elas irão nos arrastar na direção do sofrimento e contaminar a nossa mente. Mas elas não acabam nisso, elas não surgem simplesmente e desaparecem. Quanto mais cedemos, mais elas crescem tornando-se estabelecidas na mente e alimentando-se da nossa falta de entendimento.

A única coisa que essas contaminações realmente temem é a virtude, a concentração e a sabedoria. Esse é o caminho de prática que o Buda nos deu, o caminho que conduz diretamente ao abandono da cobiça, ao abandono da raiva e ao abandono da delusão. No início pode parecer muito duro aceitar o nosso sofrimento, mas mesmo assim tenha consciência dele, mantenha a atenção plena, saiba que o sofrimento é assim. Podemos de repente compreender, "Ah, a vida simplesmente é assim!" Não significa julgar ou emocionar-se por isso, mas somente saber, "É desse modo e não poderia ser de nenhum outro modo." Como quando experimentamos algum tipo de problema no trabalho. Sabemos que é normal que os problemas surjam, isso é o esperado. Quando temos esse tipo de consciência, da inevitabilidade das dificuldades, a mente fica em paz. Sabemos que assim é como as coisas são e não sofremos desnecessariamente quando elas surgem.

Ajaan Anan Akiñcano


Última edição por Mente Purificada em Ter 6 Jun 2017 - 18:30, editado 25 vez(es)
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samuk190

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samuk190

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Mensagem Quatro nobres verdades EmptyDom 29 Mar 2015 - 18:32

Entendi o texto, mas a duvida é: o que leva ao individuo ou ao ser a se interessar pelo budismo e no fundo acreditar no que está lendo como pura verdade universal??
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