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| Autor | Mensagem |
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Deco Andrade
Define-se budista? : Não Mensagens : 3
| Qui 24 Mar 2016 - 23:57 | |
| Confesso que li pouco sobre o budismo; alguns textos, alguns videos... O fato é que o pouco que eu li e refleti me fez ter uma vontade maior de fazer as coisas, uma disposição pra mudar velhos hábitos como fumar e procrastinar (coisas que acreditava estarem tão profundamente enraizadas em mim que nunca ou dificilmente as largaria). Assisti agora à noite um documentário sobre alimentação - outro assunto que era imutável em minha mente -, e eu não consegui parar de pensar em como fazemos certas escolhas automaticamente, sem ponderar as consequências para nós e para os outros. Fazemos porquê é normal, porquê todo mundo faz, e isso é danoso. É interessante ver também que uma pequena mudança na forma de pensar, uma mudança na mente, consegue mudar o corpo, o ambiente e as relações pessoais. Lembro de ter lido em alguns dos poucos textos que mencionei que se quisermos mudar algo exterior, que comecemos a mudar o interior. E isso pra mim tem se mostrado uma verdade fascinante. Eu acredito que aprendi talvez a coisa mais valiosa que o budismo tem à oferecer: a liberdade através do pensamento. A liberdade de poder formar uma opinião limpa e concisa à respeito da realidade, sem estarmos presos à conceitos e preconceitos estabelecidos; sem simplesmente vivermos no automático, não questionando, não pensando, só obedecendo. Diante disso, não consigo deixar de agradecer não só à existência mas como a manutenção do fórum e a transmissão de informação sem juízo de valor, de uma forma que não me sinto obrigado a concordar e, por isso, errado em discordar quando achar que devo. Então, sem mais delongas, obrigado. |
| | | William - Admin
Local : SP Define-se budista? : Sim Mensagens : 504
| Sáb 26 Mar 2016 - 19:39 | |
| Fico feliz pela sua expressão de gratidão Realmente, se pudermos nos empenhar em fazer um pouco de esforço para olhar as coisas de outro jeito ou de outro ângulo, só essa mudança de olhar, de pensar, já pode repercutir numa mudança na forma com que falamos, agimos e vivemos. O essencial desse fato, conforme o Buddha ensinou, é reconhecer os prejuízos e os danos advindos dos nossos hábitos; e os benefícios provenientes dos hábitos que ainda não desenvolvemos. Se pensamos nisso e refletimos sobre isso constantemente, então surge essa inspiração de mudar, de se transformar, de mudar os nossos hábitos - e então, à medida que vamos vendo os resultados benéficos dessas mudanças nas nossas próprias experiências, surge uma alegria e contentamento no coração que comprovam e confirmam nossas reflexões iniciais acerca dos ensinamentos que estudamos e, assim, fé e sabedoria ascendem juntas. Isso me lembra o Tapussa Sutta, um dos meus preferidos, especialmente este trecho em que o Buddha diz: "Até mesmo eu, antes da minha iluminação, quando eu ainda era um Bodisatva não desperto, pensava: ‘A renúncia é boa. O isolamento é bom.’ Porém o meu coração não ficava excitado com a renúncia, não ganhava confiança, decisão e firmeza, vendo-a como estar em paz. O pensamento me ocorreu: ‘Qual é a causa, qual é a razão, porque meu coração não fica excitado com a renúncia, não ganha confiança, decisão e firmeza, vendo-a como estar em paz?’ Então o pensamento me ocorreu: ‘Eu não vi as desvantagens dos prazeres dos sentidos; eu não insisti (nesse tema). Eu não compreendi as recompensas da renúncia; eu não me familiarizei com isso. Essa é a razão porque meu coração não se excitava com a renúncia, não ganhava confiança, decisão e firmeza, vendo-a como estar em paz.’ [1] “Então o pensamento me ocorreu: ‘Se, tendo visto as desvantagens dos prazeres dos sentidos, eu insistisse nesse tema; e se, tendo entendido as recompensas da renúncia, eu me familiarizasse com isso, existiria a possibilidade de que meu coração ficasse excitado com a renúncia, ganhasse confiança, decisão e firmeza, vendo-a como estar em paz.’ “Dessa forma mais tarde, tendo visto a desvantagem dos prazeres dos sentidos, eu insisti nesse tema; tendo compreendido as recompensas da renúncia, eu me familiarizei com isso. Meu coração ficou excitado com a renúncia, ganhou confiança, decisão e firmeza, vendo-a como estar em paz." Grato pela sua mensagem |
| | | Deco Andrade
Define-se budista? : Não Mensagens : 3
| Dom 27 Mar 2016 - 3:00 | |
| Muito interessante esse trecho, pensei nisso há algum tempo e agora vejo nas palavras do Buddha! Acredito que a renúncia se torna mais fácil e verdadeira quando sei exatamente as sensações e hábitos que devem ser abandonados; quando já os tive. (Empirismo?) Acredito que o conceito de mal e bem só existem quando em comparação à algo e, sem um referencial, para mim, são um só. Mas entrei em um dilema que me atormenta até agora: a) Experimento as sensações e ações e reflito, para então, com clareza, renunciar. b) Parto de um princípio pre-estabelecido, como um filtro, e evito/descarto as sensações e ações que não se encaixem nesse princípio, mesmo que nunca as tenha tido. |
| | | William - Admin
Local : SP Define-se budista? : Sim Mensagens : 504
| Sex 1 Abr 2016 - 19:38 | |
| "Acredito que o conceito de mal e bem só existem quando em comparação à algo e, sem um referencial, para mim, são um só."... é... se for ver, o ponto não seria tanto fazer uma escala de preto/branco e diferenciar o que é o bem e o que é o mal. O ponto é que para cada qualidade que cultivamos no coração (desejo, amor, cobiça, inveja, altruísmo, tolerância, raiva, entre outros) há uma consequência. Aí, à medida que começamos a experimentar as consequências, podemos reconhecer que há as consequências dolorosas e aquelas que são favoráveis. A partir desse ponto surge a diferenciação do que é benéfico e do que é maléfico. Então, se for ver, independente do quanto pensemos sobre bem x mal, a verdade incontestável das nossas experiências sempre mostrará que para cada coisa que fazemos, há uma consequência respectiva - e isso, por si só, mostra que nem sempre o bem e o mal são um só. O que você acha? "Acredito que a renúncia se torna mais fácil e verdadeira quando sei exatamente as sensações e hábitos que devem ser abandonados; quando já os tive. (Empirismo?)" - gostaria de dar uma opinião. Eu acho que isso é verdadeiro até certo ponto [?] rs. Em um Sutta (escritura budista) - http://www.acessoaoinsight.net/sutta/ANIV.113.php, o Buddha diz que as pessoas poderiam ser comparadas a 4 tipos de cavalos puro-sangue: - o que ao ver a sombra da espora, já se agita; - o que, ao ter o seu pelo tocado, se agita; - o que se agita somente após a espora picar sua carne; - o que se agita somente após a espora picar o seu osso. Ele diz que os seres que realizam a Iluminação, podem ser comparados a um desses tipos da seguinte forma: - há pessoas que, ao ouvirem falar de pessoas em sofrimento devido à doença e morte, já se agitam; - outras que, ao verem alguém doente ou morta, já se agita; - outras que, somente após verem um parente doente ou morto, se agitam; - outras que, somente após passarem pela doença ou morte, se agitam. A moral desse Sutta é que algumas pessoas são capazes de desenvolver sabedoria e paz e se libertar da causa do sofrimento apenas por ouvirem pessoas que sofrem por não seguirem o ensinamento; outras somente após VEREM pessoas sofrendo por não seguirem o ensinamento; outras somente após verem pessoas PRÓXIMAS sofrendo por não seguirem o ensinamentos; outras só começam a realmente tentar seguir os ensinamentos quando sofrem na própria pele. O ponto é que podemos ouvir como nos libertarmos do sofrimento, mas, apesar disso, a causa do sofrimento (que é o Desejo) costuma ser tentadora e sedutora e, por isso, estamos sempre cultivando as causas do sofrimento. Algumas pessoas, só por ouvirem qual é a causa do sofrimento, ou só por refletirem continuamente, conseguem, aos poucos, tornarem-se pessoas mais sábias. Outras precisam sofrer na própria pele, por muito tempo, as consequências de correr atrás dos desejos desequilibrados, até começarem a questionar se correr atrás do que desejamos realmente leva a felicidade, como pensamos. Então, é interessante que através dos fracassos que experimentamos possamos aprender com a vida. Mas temos que ter cuidado para não pensar que essa é a única maneira de crescer no caminho espiritual, porque, se tivermos que experimentar tudo que há para ser experimentado para confirmarmos se aquilo realmente leva ao sofrimento ou não, NUNCA que vamos terminar com a nossa busca, porque o desejo é assim: sempre há algo mais. Sempre há alguma coisa mais para tentar, alguma viagem mais para fazer, ou mesmo algo do passado para repetir. Às vezes queremos jogar um jogo que jogamos quando éramos crianças, e, embora alguém possa nos dizer: "Mas de novo?", nossa mente pode pensar "Agora pode ser mais divertido, com minha cabeça de hoje!" rsrs... É isso que o Buddha chamou de Desejo por Ser/Existir - é o desejo por tentar coisas novas, ou em circunstâncias novas, na esperança de que a felicidade e plenitude estarão na próxima experiência, no próximo sorvete, na próxima mulher, no próximo homem, na próxima cidade, no próximo filme, no próximo sexo, no próximo trabalho... e assim vai... Então, como Ajahn Chah dizia, o importante é conhecermos uma árvore só, e não explorar árvore por árvore de toda uma floresta. Se conhecemos apenas uma árvore detalhadamente, não precisamos olhar todas as outras, porque todas são iguais. Da mesma maneira, se conhecermos a nós mesmos, profundamente, e se reconhecermos que nós estamos sempre mudando, que nossas preferências estão sempre mudando, e que nossas experiências também estão sempre mudando, então poderemos reconhecer a Impermanência em nós mesmos, e poderemos ver que a plenitude não está lá fora - porque tanto o que gostamos como nossas preferências estão sempre mudando! Sempre há algo mais para desejar, para conseguir... Só então vemos que não há plenitude lá fora. Se vermos isso aqui dentro, no coração e na mente, então não importa o que a vida nos mostre de novo, já haverá a convicção no coração de que a felicidade não está lá fora. Então, pode ser que nossas mentes mal treinadas digam: "Mas dessa vez vai ser diferente... Vamos experimentar!", eis que a Sabedoria responde: "Não é que vá ser diferente, na verdade tudo é igual: tudo é impermanente. Não estou aqui para ficar seguindo meus desejos de novo, e de novo, e denovo... Estou aqui para usar as coisas do mundo por generosidade, em benefício de todos os seres, incluindo a mim mesmo.". Isso é uma mudança de visão, não é? Aí a felicidade não está mais nas experiências ou preferências, mas nas intenções que cultivamos no coração. Mas, se acharmos que temos que testar todos os desejos que surgirem na mente, nossa busca nunca terá fim. Basta vermos que essa mente está sempre mudando, e então reconheceremos que qualquer coisa que ela conscientizar ou entrar em contato, também vai mudar. Lugares, pessoas, humores, experiências... Tudo muda... Se esse Entendimento Correto for cultivado, então fica claro: desejo sedento é para ser abandonado, generosidade é para ser cultivada. Então, qualquer coisa que a vida trouxer, a resposta será essa, e não precisará ser feito mais nenhum teste ou confirmação. Então, é bom aprendermos com nossas experiências... Mas, ao mesmo tempo, não precisamos e nem devemos querer confirmar se algo deve ser abandonado ou não somente após experimentarmos aquilo, porque nunca vai acabar a lista de coisas que amente vai inventar para experimentar. A mente sedente e descontente sempre quer algo mais. A mente sábia e serena reconhece que tudo é impermanente e, então, aquilo que ela pode usar por generosidade ela usa, sem apego. Aquilo que ela não pode, ela deixa passar, a seu próprio tempo. Quando essa sabedoria verdadeiramente é compreendida, então ela passa a funcionar como um filtro mesmo. Aí não precisamos mais nos torturar, tendo que experimentar tudo o que não experimentamos para ter certeza se aquilo deve ser abandonado ou não. Não temos que esperar a espora picar os ossos. Basta um pouco dos ensinamentos, um pouco de reflexão, algumas experiências de vida e de "picada nos ossos", e um pouco de meditação, para vermos onde realmente está a felicidade. Como diz uma frase que acho que é de Ajahn Chah também: "Por fim a alegria de saber que não há felicidade no mundo!". Por fim a alegria de não precisar mais procurar lá fora. Mas isso irá se estabelecendo à medida que aprendermos a cultivar a paz interior, que não se agita. ^-^ Ajudou em alguma coisa? O que você acha disso? |
| | | Fernanda Marques
Idade : 34 Define-se budista? : Não Mensagens : 2
| Qui 9 Jun 2016 - 0:44 | |
| Qual documentário sobre a alimentação que você viu? |
| | | novobuda
Define-se budista? : Sim Mensagens : 5
| Qua 10 Ago 2016 - 13:44 | |
| Estude bastante meu jovem, esse mundo do budismo é incrível, a era digital só fez melhorar _/\_ Boa tarde a todos! Reflitam... |
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