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O que você já sabe sobre o Budismo e o que gostaria de saber?
Basicamente, é uma religião com sua doutrinas e rituais, mas que têm muito fundamento científico e psicológico, porque todas as práticas são justificadas como meios de alterar a mente e o comportamento das pessoas para, assim, mudar a forma como vemos e sentimos o mundo. O ápice constitui em ver o mundo como ele é, independente daquilo que sentimos em relação a ele, só que isso é um aspecto mais complicado.
Partindo do início, consiste em se lembrar da morte e da impermanência das coisas para não ficarmos tão atados as coisas. Muitos de nós somos como macacos que pulam de galho em galho, sempre buscando novos prazeres e aventuras, chegando ao ponto de várias vezes nos perguntarmos "Qual o sentido de tudo isso?". O Buddha ensina que precisamos aprender a conhecer melhor a mente através do tranquilizar dela e do conhecimento da felicidade interior. Isso surge com um comportamento mais calmo e gentil, baseado na contemplação da impermanência dos prazeres aos quais nos agarramos.
Então, eu vejo como meus amigos são diferentes do que eram quando os conheci, e reconheço nisso a impermanência - tudo está se transformando. Quando reconhecemos que essa é a natureza das coisas, reduzimos nossa exigência para com nossos amigos e aprendemos a aceita-los como são e como estão crescendo, em vez de ficarmos sempre lamentando o desaparecimento de momentos do passado que não se repetem mais.
Compreendemos que trocamos um sofrimento por outro (quando criança, sofríamos por não entendermos bem várias coisas e por não sermos independentes; quando adultos, sofremos porque entendemos coisas que não queremos entender e porque temos que nos cuidar sozinhos), mas também que trocamos uma felicidade pela outra. Então, o Budismo ensina a "virar a mente", enxergar as coisas sob novos pontos de vista em vez de ficar insistindo nas coisas depressivas da vida.
Você poderia dizer: mas contemplar a impermanência não é insistir em coisas depressivas da vida? Não exatamente. Como eu disse, o que se faz necessário é uma mudança de olhar. Se insistimos em querer que as coisas sejam permanentes e eternas, sofremos. Mas se reconhecemos que essa é a natureza das coisas, podemos nos acalmar e permitir que as coisas sejam como são; utilizando-as conscientes de como funcionam.
Para muitos, o estilo de vida budista parece inativo e passivo; mas só acha isso quem ainda não conseguiu sentir a essência da prática. Na verdade, a prática é muito ativa, pois requer um esforço constante (não demasiadamente forte, nem muito frágil, mas afinado) para se estar alerta ao que se pensa, faz e fala. A partir disso, a pessoa busca se comportar de tal maneira que construa uma felicidade mais interior e que dependa menos das condições externas. Assim, o praticante pode intervir na realidade sem ser demasiadamente afetado por ela, porque ele construiu sua paz dentro de si. Por isso a prática requer que aprendamos a parar de buscar felicidade no que os outros dizem (se importe com sua consciência, não com sua reputação) ou sempre nos prazeres dos 5 sentidos (em paisagens, cheiros ou sabores); para descobrir a felicidade da calma, da contemplação e da sabedoria das coisas como de fato são. Isso é Liberdade: ser capaz de estar tranquilo e contente independente das condições externas. O resultado é um praticante com maior plenitude na vida.
O que você gostaria de saber melhor sobre o Budismo?